O futuro do trabalho: as novas necessidades dos profissionais

Outra tendência para o mercado no futuro do trabalho é a ascensão das escolhas individuais de cada profissional. Isto significa que os profissionais, especialmente das gerações mais novas, têm necessidades diferentes daquelas que eram consideradas principais até então.

Lembrando que já vivemos numa realidade de escassez de talentos e aumento de turnover, é essencial que as empresas se adaptem a essa nova hierarquia de necessidades dos trabalhadores para que o modelo de trabalho seja benéfico para todos.

A seguir, elencamos a pirâmide das novas necessidades a partir da base até o topo, com base em um estudo realizado pela ManpowerGroup®.

1. Priorize a minha saúde, assim como a da minha família.

A segurança e a saúde são a base das preocupações e necessidades dos profissionais, não apenas a própria, mas levando em conta a importância da família nas relações e decisões de trabalho. Principalmente após a pandemia do Covid-19, os trabalhadores se tornaram mais atentos às medidas de segurança adotadas pela empresa e fizeram disso uma demanda essencial de segurança.

“Ir ao local de trabalho me deixa preocupado com a minha saúde e com a dos meus familiares.”

O trabalho remoto se tornou realidade e, para profissionais e empresas que viram que é possível manter o trabalho remotamente, esta se tornou outra medida de cuidado com a saúde do próprio profissional e de sua família.

2. Assegure a minha empregabilidade.

Crises econômicas são motivos de preocupação tanto para empresas quanto para profissionais. Apesar de muitos profissionais, principalmente os da área de TI, se sentirem confortáveis mudando de empresa com certa frequência, grande parcela da população trabalhadora sente medo de perder o trabalho repentinamente e isso é motivo de ansiedade e até perturbação da saúde mental e da produtividade.

Neste ponto, é importante que a liderança estabeleça uma comunicação clara, transparente e acolhedora para ajudar aqueles colaboradores que estão temerosos quanto à empregabilidade na organização.

3. Permita-me trabalhar do meu jeito.

Aqui a palavra-chave é flexibilidade. É evidente que manter o trabalho remoto é a necessidade da grande maioria dos profissionais, mas essa não é a única forma de garantir a flexibilidade.

Novas formas de gestão estão abandonando o microgerenciamento, o controle rígido dos horários e focando na qualidade das entregas, independentemente de como o funcionário prefira realizar as suas tarefas. Esta é uma tendência real que, no entanto, ainda não cabe para todos os tipos de trabalho.

Nos casos em que a jornada presencial é indiscutível, uma forma de abrir espaço para flexibilidade é integrar horários de entrada e saída escalonados e horários de trabalho mais flexíveis. Outras possibilidades podem e devem ser ouvidas e levadas em consideração pela gestão que está realmente disposta a ouvir os seus colaboradores.

4. Auxilie o meu aprendizado.

“Me ofereça mais oportunidades de aprender remotamente e coaching para o desenvolvimento da minha carreira.”

As empresas passaram a ter um papel fundamental no desenvolvimento contínuo das habilidades de seus colaboradores e na capacitação constante destes profissionais.

Universidades corporativas são cada vez mais frequentes, benefícios de cursos e certificações para os colaboradores são muito bem-vistos no mercado.
É importante também assegurar que as relações e o ambiente de trabalho possam fazer com que cada atividade realizada no cotidiano resulte em novos aprendizados, afinal a busca por conhecimento e aprimoramento nunca deve ter fim.
Desta forma, conceitos como o lifelong learning e a aprendizagem intencional estão cada vez mais presentes nas empresas do futuro.

5. Cuide do meu bem-estar

O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Além disso, a busca frequente por melhor desempenho e produtividade leva muitos profissionais à exaustão e à culpa.

“Eu gostaria de um empregador que me encorajasse a priorizar a minha saúde e o meu bem-estar.”

Até 2030, a OMS projeta que a depressão será a principal causa de invalidez. Desta forma, as empresas que não adotarem uma postura aberta ao diálogo sobre a saúde física e mental ficarão para trás e certamente terão prejuízos de diversas maneiras.

A boa notícia é que, segundo pesquisas, os líderes de RH já consideram a saúde e o bem-estar como a preocupação mais importante no setor. No entanto, é preciso preparar as lideranças para que os gestores tenham ferramentas e recursos para lidar com colaboradores que estejam enfrentando algum tipo de questão psicológica e/ou emocional, garantindo uma atmosfera inclusiva e segura.

Além disso, as empresas devem definir e implementar estratégias para oferecer apoio e cuidado: grupos de apoio, parceria com plataformas de psicólogos e terapeutas, benefícios como academia para cuidados com o bem-estar físico, entre outros.

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As necessidades aqui apresentadas são tendências do mercado de trabalho e podem não se adequar a todo o tipo de organização e empresa. Por isso, é importante manter sempre uma cultura de feedback e escuta ativa para entender quais as necessidades específicas dos seus colaboradores.

O essencial é que haja uma preocupação em manter essa ponte de comunicação sempre aberta, segura e transparente. E buscar soluções adequadas e realistas para a resolução de problemas.