“Um líder deve saber extrair o melhor da sua equipe”, afirma CEO da Fresenius Medical Care
Sem uma liderança adequada, além de perda nas entregas, é possível perder capital humano e entrar em um ciclo vicioso de equipes...
- dezembro 22, 2022
Edson Pereira, Chief Executive Officer da Fresenius Medical Care Brasil, sentou-se na cadeira de CEO aos 44 anos. Antes, aos 39, atuou como Chief Financial Officer, CFO. Ele não acredita ter um superpoder ou uma superinteligência, mas afirma não ter medo de enfrentar nenhum problema. E não ter medo pode ser um bom caminho para se tornar um líder.
“No começo da minha carreira, enfrentava problemas que ninguém queria resolver. Enquanto todos corriam, eu olhava para a situação, buscava compreendê-la e dizia: eu posso ajudar.”
Responsável por US$ 210 milhões em vendas anuais e mais de 4 mil funcionários, Edson acredita em um novo estilo de liderança, diferente do passado. Em tempos de mudança e adaptação das estruturas de trabalho, transformar o modo como se olha para os colaboradores pode ser um jeito assertivo de liderar, mas o CEO alerta que isso é uma possibilidade e nem todo líder age assim: “Para liderar pessoas é preciso compreender como elas são. É preciso perguntar, escutar, entender as experiências e viabilizar propostas e soluções”.
Para que a companhia em que atua como CEO tenha sucesso, Edson Pereira está em contato direto com outros líderes que atuam em consonância com o propósito da empresa e com seu estilo de gestão, sendo estes de diversas áreas, como Comercial, Marketing, Recursos Humanos, Gerenciamento Estratégico de Projetos e Relacionamento Institucional.
“A estrutura de uma grande empresa é algo complexo e os processos também. Eu tenho todos os dados e indicadores necessários para fazer avaliações, mas quem está atuando diretamente na área tem mais chances de identificar o problema, realizar um diagnóstico construtivo e propor soluções criativas e eficazes, por isso as relações de liderança em diversos níveis são tão importantes”, explica o CEO.
Visibilizar cases de sucesso e empoderar profissionais para a construção de uma carreira sólida e feliz são objetivos da Gria, então, fique atento às perguntas a seguir sobre contratação de líderes para você, que é gestor de RH, e você, que deseja ser líder, aproveite as dicas que Edson contou em nossa entrevista.
Durante o processo seletivo, como avaliar se um profissional tem habilidades de liderança?
Uma boa entrevista. Esse é um dos métodos mais antigos, mas continua sendo o mais eficiente. Durante a conversa, o recrutador precisa fazer com que o candidato fique a vontade para se expressar e, depois, pedir exemplos de situações em que o profissional possa ter agido com as características que a vaga pede. As perguntas precisam captar a essência da pessoa e não só aspectos técnicos. As perguntas também não devem ser extremamente estruturadas, mas serem feitas de acordo com as respostas do candidato. Assim, você vai extraindo informações e verificando se a pessoa tem o estilo de liderança alinhado com o esperado. Além disso, eu também gosto de realizar uma pesquisa de mercado e entender como foi a performance da pessoa em outras companhias.
Qual o custo de se contratar um líder que não esteja alinhado com o propósito da empresa e com o estilo de gestão esperado?
Contratar uma pessoa errada tem um custo imenso. Além do custo da contratação em si, também tem o custo de oportunidade, já que o profissional não conseguirá atuar como o esperado em suas entregas, nem na gestão das entregas de sua equipe. Sem um estilo de liderança adequado, a companhia pode perder capital humano rapidamente e entrar em um ciclo vicioso de equipes desestruturadas, desmotivadas e sem engajamento.
Contratações erradas podem acontecer. O que fazer diante de uma?
Para contratar, é preciso tomar todo o tempo necessário e realizar todas as etapas da seleção com bastante cuidado, mas, ainda assim, depois da contratação, é possível perceber que o líder não está atuando como o esperado. Por isso, processos de avaliação contínua são muito importantes. Em caso de contratação inadequada é preciso agir rapidamente. É necessário identificar os gargalos, verificar o que não está correndo bem e dar todo o feedback e suporte necessário. E claro, permitir uma nova chance. Se ainda assim não der certo, é preciso virar a chave.
Qual seu conselho para profissionais que desejam se tornar grandes líderes?
O universo corporativo valoriza o trabalho em equipe e profissionais com atitudes proativas. Por isso, é preciso aparecer e sair da zona de conforto. Um bom líder deve se indignar, se incomodar com situações que podem ser melhoradas e/ou solucionadas, deve ter capacidade de fazer diagnósticos. Quando há um problema, o profissional deve se perguntar: como chegamos nesta situação? O que podemos fazer para resolvê-la? Que soluções podem existir? Para uma carreira diferenciada, é preciso ter um desempenho diferenciado. Um bom profissional deve fazer parte da solução, não do problema.
Todo profissional precisa visar um cargo de liderança?
Não. Por mais que ele tenha sucesso em sua carreira, eventualmente ele poderá chegar em um limite. Em outros casos, o profissional pode chegar em uma posição que seja suficiente para ele, sem necessidade de buscar cargos maiores. Posições de liderança pedem maior dedicação e responsabilidade e, em alguns casos, o profissional não está preparado ou simplesmente não está a fim de assumir uma demanda maior.